Muito francamente o sexo (do bom, do muito bom, do espectacular, do superlativo absoluto sintético e analítico) comanda a minha vida. Não faço nem farei nada para o mudar na minha constelação de defeitos (pecados capitais) porque o sexo, quando é mútuo e muito bom, é a minha terapia, a minha alegria, a minha força vital.
As pessoas vivem a esconder-se, a fingir-se, a pretenderem ser o que nunca são, pouco sinceras com os seus instintos, os seus desejos primordiais, e neles o sexo reina e mina a possibilidade da criação perfeita.
Abdicar desta parte essencial do ser, do meu ser, é meio caminho andado para a solidão, a tristeza, a neurose. Antes a obsessão compulsiva de dar às ancas e ao cu do que a abstinência.
Não havendo drogas, álcool, estupefacientes e outras opções no meu cardápio de prazeres, resta o sexo como motor da minha existência frugal e espiritual, pois o sexo, como o entendo, é acima de tudo metafísica. É combustão, é fogo interior, é labareda, é ígneo, é ignição, é verdade, é vida. Sexo nascido da esperança do acto perfeito onde caralho e cona, vulva e falo, picha e rata, pila e pipi, se façam unos com a dança dos rabos da alma. O sexo é a arte do tudo à vida. Fornicar é preciso.