O chef Lubomir foi dos poucos desabridos a incluir o sexo na base da sua dieta de quarentena. Vindo de um chef (sem papas na língua) é de estimar o papel dos ingredientes carnívoros na sobrevivência. Posto isto, e fugindo de imaginar como é o corte do chef e as suas maneiras à cama, recorro ao poema “É Importante Foder”, de M. Cesariny de Vasconcelos.
Ora:
É importante foder(ou não foder)?
É evidente que não, não é importante.
Fode quem fode e não fode quem não quer.
Com isso ninguém tem nada
Mas mesmo nada
A ver.
(N.A. Nada tendo a ver com os vossos actos, e sem me querer apóstolo do maldoror, penso no sofrimento de quem vive refém do amor digital, e volto ao poeta)
O que um tanto me tolhe é não poder confiar
Numa coisa que estica e depois encolhe,
Uma coisa que é mole e se põe a endurar e
A dilatar, a dilatar
Até não se poder nem deixar andar
Para depois se sumir
E dar vontade de rir e d’ir urinar.
(N.A. Aqui, expando-me para as sístoles e diástoles, penso que todo o mal se eclipsa, todo o valente se caga, o vírus é democrático)
Isso quiz dizer naquele verso louco que tenho ao pé:
“O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é”
Verso que, como sempre, terá ficado por perceber(por mim até).
Também aquela do “outrora-agora” e do “ah pode ser tu sendo eu”
Foi um bom trabalho
Para continuar tudo co’a cara de caralho
Que todos já tinham e vão continuar a ter
Antes, durante e depois de morrer.
(N.A. Em suma, o importante é não desanimar)