O guarda Paulo Seleiro podia ser parte do discurso do filho da puta. O guarda Seleiro é um cavaleiro apeado sem a sela de Bolívar, oco do brio de Martim Moniz, uma das praças onde ataca vestido da função zelota de disciplinador.
O guarda Seleiro, como todos, como tudo, trabalha e cumpre serviço. Cumpre objectivos ditados pelo chefe, o cacique, o patrão. O guarda Seleiro é um funcionário diligente no reino da estupidez e da prepotência acéfala.
O guarda Seleiro presta mau serviço à cidade, ao país e aos seus, quando exibe o crachá canalha e pune o indefeso, e enxota o estrangeiro que passa, mandando-o para a sua terra.
O guarda Seleiro é um cabotino armado aos cucos. A história do guarda Seleiro não conta para a História, a não ser a da infâmia e da ignomínia.